quarta-feira, 14 de outubro de 2009

nova tirinha na capa feito a quatro mãos: Eu (anônimo) com ajuda de outro anônimo.
...a antiga também vai ficar ai um tempinho...até eu achar uma forma melhor de navegação entre tirinhas...

sábado, 10 de outubro de 2009

A novidade de blog agora são as tirinhas ;)
Ainda estou decidindo o formato de publicação. Por enquanto vou só fazer posts como este para informar quem segue o blog sobre novas tirinhas. Mas ja da para ir se divertindo por ai...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Mentiras Modernas


Ainda de acordo com a falácia das “Terceirizações Indiscriminadas” dos anos 90, algumas empresas se especializaram numa consultoria muito promissora.

Primeiro ganham uma enorme quantidade de dinheiro vendendo o conceito do 'monitoramento de desempenho' de todas as atividades e processos que, quando muito, deveriam ser apenas os processos “chave”. O que inevitavelmente finda por engessar totalmente a produtividade. Claro que vem muito bem casado com o extraordinário conceito do “ISO” - “Certificação de que seu processo absolutamente engessado, mal formulado, mal planejado e mal executado é seguido à risca!”; “RUP – A metodologia que se você só utilizar os “0,01% - sem Waterfall”, que você precisa, é ótimo. Pois o resto vai acabar com sua produtividade também”; “CMM – Certificação de produtividade ZERO parecendo trabalhar muito!”.

Uma certa empresa de vendas nos EUA sempre ficava entre as três primeiras colocadas em seu ramo. Afim de conhecer possíveis pontos para melhorias em seu processo começou a monitorá-los, adotou o BSC e certificou seus processos com o ISO666. Agora eles conhecem muito melhor o seus processos. Os diretores possuem relatórios gerenciais detalhados de tudo que acontece. Dashboards, Olaps e Data-Mining, sabem tudo real-time. Só não sabem exatamente porque nunca apareceram entre as 100 primeiras colocadas.

Mas esta empresa de consultoria, terceirizada que era, precisava inventar um meio de ganhar mais dinheiro. Ai veio grande falácia que mais atinge o mercado de informática: “O negócio da sua empresa não é software.” Uma frase genial não? Nesta frase lê-se: “Deixa que eu faço para você por quatro vezes o que lhe custaria pela barganha de um um quinto da qualidade”. Óbvio não? Afinal esta empresa não é ONG o negócio deles e ganhar dinheiro! Frase esta que pariu o mais-que-falido conceito de “Fabrica de Software”.

Já vi alguns “Setores de Informática/Serviço” de algumas empresas repetir esta frase. Absurdo! O negócio do “setor de TI” de qualquer empresa é SER Ti. É sim prover o melhor serviço, com a melhor qualidade e pelo melhor preço, afinal uma área interna não visa lucro. E isto independente do negócio “FIM” da empresa não ser tecnologia. E pior que na maioria das vezes, se bem analisado, seria estratégico para esta empresa!

E a coisa ainda piora, logo entrou em cena um estranho perfil: O gerente de projetos certificado”. Aquele mesmo que não entende quase nada de informática, mas como eles mesmo dizem “podemos gerenciar qualquer negócio”. Bom monitorar sim. Gerir e tomar decisões certamente não.

Você faria uma cirurgia no cérebro com alguém que nunca praticou e não é especializado em neurocirurgia, mas tem duas certificações em Gerência de Projetos? Você daria para um gerente de projetos que nunca praticou engenharia a responsabilidade da construção de um prédio de vinte andares, aonde você morará bem no meio? Disputaria a guarda de seu filho com um PMO supra-certificado-plus que nem advogado é? Não? Então deixa a engenharia de software com a gente. E o “tal” negócio “fim” da empresa? Virou gerenciar projetos de “merda” pelo visto. Sim porque não da nem para chamar de o lixo que tem sido produzido por ai de “projeto de software”.

Precisamos dar meia volta e nos dedicar menos aos termos enfadonhos dos PMBOK's, PMI's e PQP's que ecoaram como a voz dos deuses do Olimpo nos ouvidos das gerências e diretorias e cair dentro do problema. E o problema é que a Engenharia de Software de fato esta abandonada. O perfil do desenvolvedor tem sido cada vez mais desvalorizado. Já vi fabricas de software contratarem arquitetos que, quando muito, deveriam ser programadores juniores. Estas mesmas fabricas jorram no mercado profissionais com quatro anos de experiência, ou melhor, quatro anos de experiência em fazer bacalhau. E até nas fábricas o vírus pegou! Conheci uma que não estava conseguido atender a produtividade prometida em edital e contratou mais seis gerentes de projetos e nenhum desenvolvedor! Fechou as portas claro.

Algumas pessoas responderiam com ar debochado: “Ah, então vou desenvolver tudo aqui dentro?”. Claro que não! Absorver do mercado sempre que puder! As empresas de software fazem isto também. Empresas de desenvolvimento de software não fazem suas próprias IDE's, nem seus bancos de dados, nem gerenciadores de email, nem aplicações de apoio a gestão tais como ERP e planilhas. E acreditem, elas não possuem sistema operacional próprio. Mas elas sim podem aproveitar seu potencial de desenvolvimento para 'eventualmente' absorver uma tecnologia Opensource e reduzir custos.

Aliais isto também é uma situação muito bem estudada em nossa área! Área de engenharia de software. Agora, se o desenvolvedor for muito ruim vira gerente de projetos. Se for muito bom, precisa de aumento, logo, vira gerente de projetos (http://en.wikipedia.org/wiki/Peter_Principle). Se nem desenvolvedor foi, for da área de administração ou comunicação, vira um ótimo gerente de projetos!

Não. Não estou diminuindo a importância das matérias administrativas que podem agregar muito valor. Mas certamente: Menos de '20%' de seu conteúdo é realmente necessário na maioria dos projetos de software; Com processo menos burocratizados, um bom gerente de projetos poderia facilmente monitorar 10 a 30 projetos! Menos processo e mais foco em TI em si. Líder de projetos sim, mas subordinado ao técnico! Se um engenheiro falar que o prédio precisa de mais cimento e menos terra, a obra pode até não parar mas sem cimento não continua a fazer concreto. Parece simples, mas na área de software se o desenvolvedor falar qualquer coisa do gênero vai ouvir um “se vira mas entrega no prazo”. Se falar que vai precisar de mais tempo vai ouvir o famoso “e o que você esta fazendo de meia noite ás seis da manhã?”. Assim é fácil demais gerenciar, caro será pagar o preço a da manutenção do código feito entre “meia noite e seis da manhã”.

Para quem aprendeu que tudo foi uma grande mentira, reaprendeu a velha lição:
"Se você quer algo bem feito, faça você mesmo"

Se tivessem contratado minha consultoria eu teria dito:
"Não terceirize nem delegue a responsabilidade de 'jantar' com a esposa, mesmo que você não queira 'jantar' direito."

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Gestor x Gerente


Evidentemente parecem a mesma coisa e, de fato, no dicionário o são. Mas eu sempre vi uma diferença muito nítida e vou tentar resumir em algumas (acredite) poucas palavras. Vou começar com minha frase predileta:

“A liderança esta para a gestão tal como a gerência esta para o generalato.” - eu mesmo.

Gerência tem a ver com “Poder”. O gerente é como um general na relação com os seus. Gerência é política estrita, tem a ver com ações políticas e alianças para manutenção do poder, subordinação e afins. Para se entender mais de gerência é necessário estudar, principalmente, Maquiavel (comentado por Napoleão Bonaparte claro) e Sun Tzu.
Se você pedir para um gerente descrever seu “mandato” ele responderá: “Foi ótimo! Comecei com poucos recursos (soldados?) terminei com mais de 1000...”

O gestor é diferente... Gestor tem a ver com liderança. O gestor é o Líder natural. Provavelmente foi um líder antes mesmo de ser gestor. Gestor esta comprometido com “a gestão”, ou seja, com o trabalho a ser realizado. Tem a ver com o objetivo que de fato era para ser alcançado. Digo alcançado e não conquistado porque, para o gestor, a conquista é do grupo e não de si.

Descreve-se uma gestão pelo conjunto de ações realizadas para alcançar o objetivo traçado ou os próprios objetivos alcançados. Se você pedir para um gestor descrever seu “mandato” (gestão) ele vai dizer algo como: “Realizamos o objetivo XPTO e ponto final.”

O gestor esta para a sabedoria e pro saber tal como o gerente esta para o conhecimento. Gestor é socrático, gerente é Aristotélico. Gestor esta para o socialismo tal como o gerente esta para a ditadura (hoje ditadura econômica denominada capitalismo selvagem). O gestor toma decisões na ótica do que é melhor em prol do objetivo que se segue. O gerente pauta suas decisões pelo corte político, pois os interesses da manutenção do poder (macro) lhe 'parece' sobrepor as necessidades de resolver os problemas (do micro?).

É claro esta foi apenas uma abordagem geral, resumida, simbólica e que absolutamente não 'define' nenhuma pessoa, pois, todos os que estão em posição de comando possuem em pouco de gestor e um pouco de gerente. Os percentuais de cada é que mudam um pouco e as vezes a própria pessoa muda de acordo com a necessidade.

Tempos atras, numa certa empresa, tive que fazer um serão num outro estado. O trabalho era descomunal. O prazo era: “resolver absolutamente tudo que pudesse surgir naquele único final de semana”. Muitos gerentes me indicaram prontamente para resolver a questão e me mandaram com mais cinco profissionais para São Paulo.

Porém dentre os interessados existia um gestor. Seu cargo na época/local era Gerente-Geral e, se não me engano, estava para assumir a Diretoria Adjunta (pois é, lá em cima mesmo...). Bom, ele tinha que ir também, pois parte do problema era um impasse era político. Ele tinha que garantir que um certo serviço publico continuaria.

Seu combate fora rápido, brigas políticas daqui e dali, ele sai vencedor com maestria e começamos o serviço. Analisa arquitetura daqui, investiga código lá, descriptografa código e etc. Quando começa a madrugada percebo que ele ainda esta la. De tempos em tempos la vinha ele perguntar se queríamos mais pizza, refrigerante e dizia: “Sei que não posso ajudar muito, mas se precisarem de algo, estou na sala ao lado” e ficava la adiantando algum trabalho dele nos Words da vida. Quando alguém de nós ou ele se exauria ele encerrava os trabalhos e voltava junto com a gente. Gerente Geral, podia simplesmente ter ido embora após fazer o dele e esperar o resultado na segunda-feira, mas não, ele ficou la para ajudar no que pudesse, ficou la para jogar junto, ele ficou la para liderar e não “comandar”. Ele é um líder e como tal conquistou nosso respeito pala admiração e não pelo cargo que ocupava.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Certificação PQP

Tudo que no Capitalismo é merda, o Brasil herda. Vamos nos certificar!

Pois é costumeiramente começo meus discursos com frases polêmicas. Isto já remove da plateia as pessoas com conceitos pré-formulados, resistência à mudança ou, quem sabe, dificuldades de pensar. Cuidado! Se você se encaixa num destes perfis pare de ler agora e vá arrumar alguma outra coisa para fazer na internet...

Como todos sabem o “meio” e o “fim” do capitalismo é lucro mesmo, nada de social é só dinheiro no bolso e não do seu é claro. Então alguém la pelas terras do tio Sam inventou uma forma genial de ganhar dinheiro... Certificações!!!

Isto mesmo! Não é formação, não é especialização, não ensina nada de concreto, não
prova absolutamente nada, qualquer um pode criar a sua, é caro para cacete e o principal caduca em aproximadamente um ano. Perfeito! Mas peraí... Quem daria ouvidos à uma coisa tão absurdamente idióta?

Neste momento,para esperança do homem, a ideia quase morre...Mas Infelizmente... infelizmente algum vilão pensou e gritou: “Perai! Nós Podemos! Qual é a maior arma do Capitalismo? Isto mesmo o Marketing!”

Então contrataram alguém que sabia falar o idioma “gerentês” fluente e este colocou num só discurso todos os Pokemons mais poderósos: “Lições aprendidas, agregar, gerenciabilidade, Foco, target, patamar, confiabilidade, feedback, transparência, cronograma, profissionalismo, estimativa, tempo, valor, pontual, ambição, “business”, pró-ativo, potencial, demanda, promoção, solução, servíço, terceirizar, expertise e BUMMMM... fechou com Lucro.” Caramba! fui muito Pokemon de poder num discurso só. Virou realidade...